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Maculelê, la danse des bâtons

Le Maculelê était un élément traditionnel des fêtes de Nossa Senhora da Purificaçao ( 2 février )

On ne connaît pas vraiment l'origine du maculelê, les gens affirment qu'il est venu d'Afrique avec les esclaves envoyés au Brésil et qu il a été mélangé avec la culture des indigènes Brésiliens.

Pour se protéger des coups de fouet, les nègres se défendaient avec des bouts de bois et des machettes, en esquivant avec le corps comme une danse.

Avec le temps et la mort des personnes qui le pratiquaient, le Maculelê a été oublié durant de nombreuses années dans les fêtes de Santo Amaro. C'est en 1943, que Paulinio Aluisio de Andrade, connu comme "Popo do Maculelê", a réuni des gens de sa famille et des amis pour leur apprendre la danse du Maculelê. C'est comme ça qu'il a formé un club, connu sous le nom de "Conjunto de Maculelê de Santo Amaro".

Dans les années 60, beaucoup d'élèves de Bimba apprirent la danse du Maculelê et ont aidé à le faire connaître partout au Brésil. Aujourd'hui, le Maculelê est incorporé à la capoeira.

Presque dans tous les baptêmes on peut apprécier les représentations de Maculelê . Parfois hommes et femmes avec le corps peint, et quelquefois avec des machettes oumême, des gens qui crachent du feu . Ceci permet de chauffer les corps et les esprits (des danseurs et du publique) avant la pratique de la Capoeira ou pour le plaisir, tout simplement.

Les chants, accompagnant le rythme de l'atabaque, évoquent le travail dans les plantations de canne à sucre et célèbrent l'abolition. Danse dramatique simulant un combat, ses pratiquants entrechoquent leurs bâtons sur le quatrième temps. Il se pratique aussi avec des Machettes.

Maculêle par Mestre Alcides de Lima - traduction de cet article.

Mestre Popó[]

Texte écrit à partir d'une entrevue entre Mestre Popó et Maria Mutti le 16/12/1968 à Santo Amaro da Purificação (Bahia)

Selon le Mestre, maculele est une lutte autant q'une danse, si un maître apparaissait la nuit dans la Senzala, il pensait que c'était une adoration des dieux de la terre des esclaves noirs, les musiques empéchaient le maître de comprendre les chants.

Une fête était célébrée le 8 décembre (consecration de Nossa Senhora da Conceiçaõ - Notre Dame de la concession) et le 2 février (jour de Yemanja à Santo Amaro da Purificação. Cela se passait sur les places et dans les rues de la cité et était considéré comme une fête "profane" donnée par les esclaves noirs.

La marche guizada, la `` Marche d'Angola , qui a quelque chose de Capoeira et de Samba, tout cela dans des Mouvements toujours au rythme de l'entrechoquement des grimas (bâtons).

Quais os instrumentos apropriados?[]

Segundo Mestre Popó são 3 os atabaques usados no Maculêle, com as seguintes denominações e funções:

  • o Rum: é o atabaque maior com som grave;
  • o Rumpi: é o atabaque de tamanho médio com som "médio";
  • o Lê: é o atabaque pequeno com sm mais agudo.


Os dois primeiros atabaques, o Rum e oRumpi, fazem a base do toque com pouco improviso, enquanto o atabaque Lê, sendo mais agudo,sua função é praticamente repiques de improviso.

Segundo Mestre Popó os tocadores devem ser muito bons.

Essa organização dos atabaques do Maculêleé semelhante a organização dos berimbaus na capoeira Angola, onde temos:

  • o Gunga ou Berra-Boi: é o berimbau mais grave;
  • o Médio: é o berimbau de afinação;
  • o Viola: é o berimbau mais agudo.

Os dois primeiros fazem a base do toque, mas agora o Médio também pode seguir um pouco no improviso, "desafiando" o Viola, que fica somente na improvisação. Na época de Mestre Popó eram usados outros instrumentos, que não são mais usados. São estes: o Agogô e o Caxixi ou Ganzá.

Na época de Mestre Popó eram usados outros instrumentos, que não são mais usados. São estes: o Agogô e o Caxixi ou Ganzá.

Para o Mestre, o Agogô não podia faltar pois este dá início a marcação para a entrada dos atabaques ao som, e por último entra (começa) o Ganzá.

E as músicas?[]

Segundo o Mestre Popó, o Maculelê tem poucos cânticos sendo alguns inclusive com origens no Candomblé de Caboclo.

Tumba é cabôco Tumba lá e cá Tumba é guerreiro Tumba lá e cá Ah! Eu sou cobra do morro Sou cabôco Mineiro Tumba lá e cá

As músicas tem funções especiais:

  • para sair à rua;
  • de chegada a uma casa: pediam permissão para entrar na casa;
  • de homenagem: pessoas importantesda história;
  • de agradecimento: quando saiam da casa, agradecendo a hospitalidade;
  • de louvação: aos ancestrais;
  • peditório: quando passavam um chapéu para arrecadar algum dinheiro;

Podemos citar algumas musicas que se enquadram neste esquema:

Musica de saudação temporal:

Ô boa noite pra quem é de boa noite Ô bom dia pra quem é de bom dia A benção meu papai a benção Maculêle é o rei da valentia.

Homenagem à Princesa Isabel:

Vamos todos louva A nossa nação brasileira Viva a dona Isabel Ai meu Deus Que nos ?livrou do cativeiro?.

Peditório (ocorre nas saídas as ruas):

Deus que lhe dê, ê Deus que lhe dá, á Lhe dê dinheiro Como areia no mar.

Louvação aos pretos de Cabindas ou Louvor a Nossa senhora da Conceição:

Nos somos pretos da Cabinda de Aruanda A Conceição viemos louvar Aranda ê, ê, ê Aranda ê, ê, á.

Fulô da Jurema, de influência indígena:

Você bebeu Jurema Você se embriagou Com a fulô do mesmo pau, Vosmicê se levanto.

Saudação de chegança:

Ô sinhô dono da casa Nós viemos aqui lhe vê Viemos lhe pergunta Como passa vosmicê.

Saudação de despedida:

Quando eu for embora ê Todo mundo chora ê.

E a Indumentária e Pintura?[]

Na época de Popó a indumentária era simples, de acordo com as condições cotidianas dos dançarinos. Geralmente usavam camisas e calças comum aos africanos, dealgodão cru e pés descalços.

Estes pintavam os rostos e as partes desnudas com tintas feitas com restos de fuligem de carvão ou de fundo de panelas. Exageravam na tintura vermelha que usavam na boca que era feita com sementes de urucum. Algumas pessoas do grupo empoavam suas cabeleiras com farinha de trigo, usavam touca nas cabeças ou lenço no pescoço.

Mestre Popó começou a aprender o Maculêle com um grupo de pretos velhos, ex-escravos Malês, livres. Segundo ele já não tinha mais escravidão nessa época e eles se reuniam à noite: João Oléa, Tia Jô e Zé do Brinquinho: "eles eram livres, mas quem botou o Maculêle fui eu mesmo" (Popó).

Segundo Plínio de Almeida (Pequena História do Maculêle) o Maculêle existe desde 1757 em Santo Amaro da Purificação e as cores branca e vermelha nos rostos, que assustavam as pessoas , poderia ser símbolos de algumas tribos Africanas, como por exemplo os Iorubas. Mas na verdade fica muito difícil identificar exatamente à qual grupo étnico está associado a origem do Maculêle. Podemos citar, por exemplo: os Cabindas, os Gêges, os Angolas os Moçambiques, os Congos, os Minas, os Cababas.

O objetivo deste trabalho é dar uma pequena visão do que é o Maculêle, e faz parte da linha ideológica do CEACA, a pesquisa para que possamos entender melhor os fundamentos da Capoeira sem dissociá-la da História e dos Movimentos sociais negros para sua independência

e defesa de sua cultura, criando um movimento de resistência que dura até hoje em alguns recantos do Brasil.

BIBLIOGRAFIA:[]

  • Mutti, Maria: ?Maculêle?, Santo Amaro da Purificação, 1968.
  • Carybé: ?As Setes Portas da Bahia?, Coleção Recôncavo, Ed. Livraria, 1951 2a.Edição.
  • Almeida, Plínio de: ?Pequena História do Maculêle?.


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